3 de set. de 2025

Povão rejeita anistia: 93% dos comentários nas redes sociais condenam proposta




Uma análise recente das discussões nas redes sociais revelou uma forte rejeição popular à proposta de anistia para os envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. O levantamento, feito pelo analista de dados Pedro Barciela, mostrou que 93% dos comentários publicados nos últimos dias condenam qualquer tipo de perdão aos acusados.

Segundo Barciela, a percepção predominante é de que a anistia representa uma afronta ao Estado Democrático de Direito e seria interpretada como uma “admissão de culpa” por parte do Congresso. Além disso, parte significativa dos comentários associa a manobra política a uma tentativa de blindagem de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Reações populares e percepção democrática

O estudo mostra como a rejeição se expressa em diferentes dimensões:

35% dos comentários classificam a anistia como inconstitucional.

25% defendem punições severas aos envolvidos nos ataques.

18% criticam diretamente o Congresso, chamando-o de corrupto.

12% enxergam o perdão como uma confissão tácita de que houve crime.


Para Barciela, o resultado expõe um descompasso entre a agenda política de determinados partidos e a percepção da sociedade:

 “A ideia de que o Congresso só atua em prol de interesses políticos é muito forte. A anistia aparece como mais uma tentativa de impunidade”, afirmou o analista.



O cenário político no Congresso

A proposta de anistia tem sido alvo de intensas disputas no Legislativo. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), declarou que o texto “não passará à força”, em resposta à pressão do PL e aliados para que o projeto fosse votado com urgência. A ameaça de ruptura na base de apoio, caso a anistia não avance, aumentou ainda mais a tensão política em Brasília.

Nos bastidores, a avaliação é que a resistência popular pode dificultar a aprovação do texto. O receio de parlamentares é de que a votação em favor da medida se transforme em desgaste eleitoral, especialmente em um cenário de crescente polarização política.

Pesquisas de opinião confirmam resistência

Além do termômetro das redes sociais, pesquisas de opinião realizadas nos últimos meses reforçam a tendência de rejeição:

Atlas/Bloomberg (agosto/2025): 51,2% contrários à anistia ampla, geral e irrestrita; 46,9% favoráveis.

AtlasIntel (fevereiro/2025): divisão equilibrada (51% a favor, 49% contra), mas altamente polarizada entre eleitores de Bolsonaro (99% favoráveis) e de Lula (96% contrários).

Datafolha (dezembro/2024): 62% rejeitaram a anistia, enquanto 33% se declararam favoráveis.


Os dados evidenciam um padrão: embora a proporção varie conforme o instituto e o período, a maioria da população brasileira tende a rejeitar a proposta.

Impactos para a democracia

O debate em torno da anistia vai além do mérito jurídico. Ele simboliza o embate sobre como o Brasil lidará com episódios de ruptura institucional. Especialistas alertam que a concessão de perdão poderia fragilizar a democracia, abrindo espaço para novos atos de desestabilização política.

Para a sociedade civil, a rejeição massiva registrada nas redes e nas pesquisas representa um recado claro: o desejo de impunidade não encontra respaldo popular. O desafio agora é saber se o Congresso ouvirá a voz das ruas ou se insistirá em uma agenda que pode colocar em risco a legitimidade do processo democrático.

Nenhum comentário:

Postar um comentário