O julgamento que investiga o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus do chamado “núcleo 1” por suposta tentativa de golpe de Estado, realizado no Supremo Tribunal Federal (STF), avançou no segundo dia nesta quarta-feira (3 de setembro), consolidando-se em sua fase final.
O que aconteceu no segundo dia
Visita familiar: Enquanto o julgamento transcorria no STF, Bolsonaro, que cumpre prisão domiciliar desde 4 de agosto, recebeu a visita de seus filhos, Carlos e Jair Renan, em sua residência em Brasília. O ex-presidente optou por não acompanhar as sessões presencialmente.
Sustentações orais em curso: Na sessão desta quarta, foram apresentadas as defesas de quatro dos réus — os advogados de Augusto Heleno, Braga Netto, Paulo Sérgio Nogueira e do próprio Bolsonaro. A defesa contestou a delação premiada de Mauro Cid e negou qualquer envolvimento do ex-presidente com a “minuta do golpe” ou os eventos de 8 de janeiro de 2023.
Continuidade do julgamento: A Primeira Turma do STF retomará as sessões apenas na próxima semana. Estão previstas ao menos mais três sessões para concluir o exame das defesas e prosseguir com os trâmites finais.
Fase final do processo: Desde meados de agosto, após a entrega das alegações finais pelas defesas — que criticaram cerceamento do direito ao exame das provas e questionaram a delação premiada — o caso avançou para sua etapa decisiva.
Cronograma das sessões: O julgamento começou em 2 de setembro e seguirá até 12 de setembro, com sessões programadas para os dias 2, 3, 9, 10 e 12. Alguns desses dias terão sessões matutinas e vespertinas, totalizando estimadamente 27 horas de trabalho.
Ordem das falas e votação: O procedimento prevê que o relator, ministro Alexandre de Moraes, apresente seu relatório, seguido de sustentações orais da PGR e das defesas (com prioridade para o delator Mauro Cid). Após, Moraes proferirá seu voto e os demais ministros da turma votarão em sequência, decidindo individualmente sobre cada acusado.
Grande repercussão política e histórica: O caso ganha projeção internacional e é visto como emblemático por representar a primeira vez que um ex-presidente brasileiro é julgado por tentativa de golpe após o fim da ditadura militar.
Apoio e críticas externas: A tramitação foi alvo de críticas por parte de Donald Trump, que chamou o julgamento de “witch hunt” e adotou medidas como tarifas sobre produtos brasileiros e sanções pessoais contra o ministro Alexandre de Moraes.
Acusações graves: A PGR acusa Bolsonaro de liderar a trama com elementos como tentativas de dissimular o sistema eleitoral, promover o caos institucional e até propor ações extremas contra autoridades e instituições.
O segundo dia de julgamento consolidou a entrada do processo em sua fase final, com defesas em curso e continuidade prevista para os próximos dias. A defesa de Bolsonaro insiste na defesa das garantias processuais, enquanto a acusação reforça as evidências da tentativa de golpe. O STF está no centro de um momento histórico, que pode fixar precedentes significativos no cenário jurídico brasileiro.

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