Brasília, 3 de setembro de 2025 – Em nova fase do julgamento sobre a suposta tentativa de golpe de Estado, a defesa de Jair Bolsonaro (PL) voltou a questionar a credibilidade da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente.
Durante sustentação oral nesta quarta-feira (3) na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), o advogado Celso Sanches Vilardi criticou a “sucessão de versões” apresentadas por Cid ao longo de diversos depoimentos à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal.
> “Não sei se foram 11, 15, 16 depoimentos… Mas, nessas 16 vezes, ele mudou de versão diversas vezes. O Ministério Público Federal e a Polícia Federal, no último relatório de novembro, apontaram que ele tinha inúmeras omissões e contradições”, afirmou Vilardi .
A defesa também levantou questionamentos sobre a autenticidade e uso de perfil falso no Instagram atribuído a Mauro Cid, identificado como “Gabriela R.”. Segundo Vilardi, o perfil teria sido criado a partir de um e-mail vinculado ao militar e acessado do próprio condomínio onde ele reside. Ele teria sido usado para compartilhar informações confidenciais da colaboração, o que, para a defesa, compromete a voluntariedade do acordo .
> “A prova de que ele usou isso é absolutamente indiscutível. O celular é dele, ele que criou esse perfil. A localização da casa dele é a que manda os sinais eletrônicos”, disse o advogado Contexto e próximos passos
A defesa de Bolsonaro já havia pedido anteriormente a anulação do acordo de delação premiada, alegando que Mauro Cid mentiu e violou o sigilo da colaboração ao compartilhar conteúdo com terceiros .
A partir dessa nova argumentação, a defesa reforça que as versões conflitantes de Cid e o uso do perfil seriam indícios de falta de confiabilidade, colocando em xeque a validade do acordo como meio de prova.
O julgamento segue em curso na Primeira Turma do STF, com a análise das defesas dos réus acusados de integrar uma trama golpista após as eleições de 2022.
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