11 de set. de 2025

Bolsonaro pode ser preso após julgamento no STF? Entenda o que está em jogo


A condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) abriu espaço para um debate intenso: ele pode ser preso imediatamente ou ainda existem etapas jurídicas a serem percorridas?

Condenação no STF

Nesta semana, a 1ª Turma do STF decidiu pela condenação de Bolsonaro por crimes graves, entre eles:

organização criminosa armada,

tentativa de golpe de Estado,

abolição violenta do Estado Democrático de Direito,

dano qualificado com violência e grave ameaça,

deterioração de patrimônio tombado.


O placar foi de 4 a 1: Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Flávio Dino e Cristiano Zanin votaram pela condenação; Luiz Fux divergiu e votou pela absolvição.

Além de Bolsonaro, a Procuradoria-Geral da República apontou que generais e ex-ministros como Walter Braga Netto, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira, Almir Garnier, Anderson Torres, Alexandre Ramagem e Mauro Cid também integrariam o núcleo estratégico envolvido.

A prisão é automática?

Apesar do peso da condenação, a prisão não é imediata. O ex-presidente ainda tem direito a recorrer da decisão.

Entre os recursos cabíveis estão:

Embargos de declaração: usados para esclarecer pontos considerados obscuros ou contraditórios no julgamento.

Embargos infringentes: em razão do voto divergente de Fux, a defesa pode pedir que o caso seja levado ao plenário do STF para uma nova análise.


Enquanto esses recursos não forem julgados, a pena não é executada.

O que pode acontecer

Caso os recursos sejam rejeitados e a decisão transite em julgado, Bolsonaro poderá ser preso para o cumprimento da pena. Porém, sua defesa ainda pode recorrer a instrumentos como habeas corpus para tentar evitar a prisão.

A possibilidade de Bolsonaro ser preso, portanto, depende não apenas da condenação atual, mas do desfecho dos recursos que ainda serão apreciados pelo STF.

Significado político

A decisão representa um marco na relação entre a Justiça e a política brasileira. Pela primeira vez, um ex-presidente é condenado por crimes diretamente ligados a uma tentativa de ruptura democrática.

O processo, no entanto, ainda está longe de terminar e promete manter o clima de instabilidade no cenário político nacional.

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